“Não é livre quem não obteve
domínio sobre si mesmo.”
Pitágoras
Durante o decurso de sua
vida, ou mesmo no período entre vidas, o indivíduo pode vir a se expressar com
mais preponderância de acordo com os atributos de um determinado corpo somático.
O próprio Eu Superior é quem comanda as manifestações corpóreas dominantes, de
acordo com o meio no qual a personalidade estagia, sua finalidade e suas
necessidades evolutivas.
Este fato, porém, não
torna o indivíduo um ser melhor ou pior, mas apenas reflete mais fortemente uma
particularidade de expressão passageira de seu próprio Eu, necessária
momentaneamente ao seu necessário estágio evolutivo em foco. Tais
características poderão ser modificadas numa mesma existência, ou mesmo na
erraticidade.
Quando o espírito se caracteriza
mais fortemente pelo padrão emocional, ao invés do racional, significa que,
naquele momento evolutivo em questão, seu corpo emocional atua momentaneamente
sobrepujando o corpo mental, revelando um momento passageiro, ou um estágio
inferior de evolução. Determinadas características mais marcantes podem revelar
um indivíduo que atua restritamente no padrão emocional:
- Necessidade
de “muletas” psicológicas, que sustentem sua relação com a vida. O
indivíduo demonstra em geral uma tendência mais religiosa, dependente de
imagens e simbolismos, muito recorrentes em sua vida diária.
- Sua
visão particular da vida fica mais limitada, suas avaliações são
prejudicadas pelo emocionalismo, sujeitando-o mais facilmente a manifestar
certas neuroses e psicoses, manifestadas na falta de objetividade, de bom
senso e de maturidade, que dificultam alcançar uma visão mais abrangente
da vida.
- Seu
comportamento é pautado em atitudes de arrogância, partidarismo,
moralismo, preconceito, egoísmo, dependência emocional, necessidade de
ídolos e de símbolos, pretensão, fanatismo.
- O
reequilíbrio somente consegue ser alcançado através de dolorosos processos
de enfermidade do corpo físico.
Essa expressividade
desequilibrada das próprias emoções, consequentemente acaba por enfermar também
o corpo mental inferior, já que estamos falando em conceitos holísticos. Sempre
que um dos corpos adoece, consequentemente todos os outros corpos se
desequilibram. Da mesma forma, quando curamos uma manifestação corpórea
distinta, também estaremos curando todas as outras mais.
As enfermidades do corpo mental podem
ser facilmente diagnosticadas tanto no espírito encarnado quanto no
desencarnado. Essas psicopatologias são com maior frequência expressas através
dos corpos diretamente inferiores: no corpo emocional e no corpo etérico (ou
perispírito na linguagem espírita, que em realidade é a junção desses dois
corpos distintos), que refletem este comando mental somatizando diretamente sua
própria enfermidade, densificada a níveis mais sutis, manifestadas então num
comportamento de nível primário. Quando o espírito passa a viver no plano
mental superior, já se cessaram as possibilidades de adoecimento da mente, o
que significa dizer que já conquistou uma relativa superioridade evolutiva.
Entre as principais enfermidades
observadas no corpo mental, tanto dos encarnados quanto dos desencarnados,
destacam-se:
- O
desconhecimento da realidade espiritual que prende os indivíduos espíritos
à ilusão da materialidade é um tipo de psicose do corpo mental, refletida
diretamente no perispírito e no corpo físico.
- Monoideísmos
(fixação mental numa só crença onde todo o comportamento gira em torno
dela) construídos, vividos e mantidos através de concepções errôneas da
vida, criadas por uma educação rígida, incorreta ou equivocada, e
influenciados pelo contexto social e cultural nos quais o indivíduo
estagia.
- A
retração ou despreparo do corpo mental para viver uma experiência saudável
costuma ser manifestada em deficiências mentais, somatizadas nos corpos
físico, etérico e emocional.
- Doenças
que revelam comportamentos onde a pessoa é incapaz de concentrar-se,
envolver-se com o meio ou relacionar-se, como o autismo, a depressão, a
solidão, a reclusão.
- Estados
de euforia ou esquizofrenia, mesmo extrafísicas.
- Alteração
da lucidez com comprometimento da ética, da moral e da percepção do
sentido universal da evolução. O ser revolta-se contra todo o processo de
criação e evolução, denotando um sério comprometimento e enfermidade do
corpo mental. Isso é facilmente observável em espíritos inferiores que
enxameiam as reuniões de desobsessão, e também nos encarnados, naqueles
que se revoltam diante das dificuldades e perdas, inaproveitado a experiência
em questão para seu próprio crescimento e amadurecimento.
Numa etapa mais avançada, quando o
espírito manifesta-se de forma menos emotiva e mais racional, significa que já
alcança um nível evolutivo superior dentro de nosso estágio primário humano de
3ª dimensão, o que não evidencia certamente um estágio de perfeição. Resta
ainda o desenvolvimento dos atributos morais ligados aos sentimentos (não
confundir emoções com sentimentos). Seu corpo mental passa então a sobrepujar o
corpo emocional, delimitando características gerais de comportamento, tais
como:
- Libertação
de religiosismo, dispensando simbolismos externos na expressão diária de
sua vida.
- Maior
segurança em seu posicionamento pessoal, em sua visão a respeito da vida e
a respeito de si próprio.
- Vida
mental mais intensa, embora com retraimento da expressividade emocional e
sentimental.
- Visão
mais abrangente do mundo e das questões transitórias ou transcendentes com
as quais convive, ou é chamado a participar.
Num nível acima, quando o indivíduo
toma posse definitiva do seu corpo mental superior, evidencia claramente a
libertação de antigos vícios comportamentais, de crenças limitantes e padrões
emocionais conflitantes, desenvolvendo uma consciência mais cósmica e sentimentos
mais elevados, que o distinguem da maioria das pessoas. Passa então a manifestar
em seu caráter atributos superiores como:
- Bondade
- Fraternidade
- Altruísmo
- Amorosidade
- Generosidade
- Humildade
- Sensibilidade
- Compaixão
- Simplicidade
- Alegria
- Sinceridade
- Serenidade
O indivíduo passa a possuir uma
vivência mais universalista, aceita a verdade num âmbito mais amplo em
comparação às restrições que marcam o comportamento pautado no emocionalismo.
Cada um de nós transita provisoriamente em um desses estágios evolutivos. A cura definitiva estará sempre relacionada ao esforço próprio no soerguimento moral, que é sempre inerente ao objetivo Criador.
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